Segundo uma reportagem de Benoît Merlin, o exército de Israel pretende usar porcos para conter a onda de atentados suicidas de militantes palestinos. Os porcos, explica a reportagem, possuem o faro mais desenvolvido que o dos cães. Podem farejar com maior precisão armas, explosivos, minas terrestres, etc.
Diz a reportagem, explicando as vantagens dos porcos:
“Em primeiro lugar, ‘o seu olfato é muito mais desenvolvido que o dos cães’, conforme explicou, em entrevista ao diário israelense ‘Maariv’, Yekoutiel Ben Yaakov, o patrão do Gdud Haivri (‘o batalhão hebreu’). Segundo esta organização, que adestra e fornece cães de guarda para as colônias, o animal disporia de um faro que lhe permitiria detectar à distância os palestinos que tentariam se aproximar dos assentamentos. Uma vez localizados os intrusos, ele só teria o trabalho de alertar os seus mestres grunhindo(...)”
“A segunda vantagem também está vinculada ao seu delicado focinho. Ela vem do fato de que ‘o porco é capaz de detectar armas a longa distância’, acrescenta Yekoutiel Ben Yaakov (...). Este é o caso sobretudo dos porcos de Angola e de Moçambique”
A princípio, tratar-se-ia de uma questão secundária e meramente técnica. Substituir cães por porcos não passa de um procedimento banal de tática de segurança militar. A guerra é um campo onde vale tudo. Qualquer arma é aceitável. Até mesmo porcos (um animal tão vil que se presta a ser mascote do Palmeiras).
Piadas à parte, nenhum expediente é baixo demais quando se trata de derrotar o inimigo. Isso seria válido sem ressalvas para o presente caso não fosse por um delicado detalhe. A criação de porcos é proibida pela religião judaica. O porco não é considerado “kosher”, ou seja, puro. A Torá proíbe a criação de porcos por judeus. Do mesmo modo, o islamismo também proíbe o contato com porcos. Isso traz complicações interessantes.
Prossegue Merlin:
“...a criação de porcos é proibida em Israel, onde estes animais são considerados como ‘impuros’ pelo judaísmo... e também pelo islamismo. Aliás, este último detalhe deu aos responsáveis pela segurança das colônias a idéia de obter uma última vantagem desses animais: ‘Segundo a fé muçulmana, um terrorista que for tocado por um porco não terá direito às 72 virgens que supostamente esperam por ele no paraíso’, explica Yekoutiel Ben Yaakov. Em suma, o porco pode se tornar uma arma de dissuasão.”
Aqui entramos de vez no território do pastelão. Homens adultos considerando seriamente a possibilidade de ameaçar uns aos outros com porcos. Pode-se imaginá-los dizendo algo como: “Não me jogue bombas senão eu te ataco com porcos!” Quem tem medo do porco mau? Seria cômico se não fosse trágico.
Também não deixa de ser risível a promessa de paraíso com a qual os aliciadores recrutam terroristas potenciais entre os jovens palestinos desiludidos. 72 virgens... Não consigo imaginar algo mais trabalhoso e aborrecido que lidar com 72 mulheres virgens, histéricas e retraídas. Por que não 72 amantes habilidosas e prestativas? Se o islamismo tivesse sido inventado no Brasil, provavelmente o paraíso dos mártires teria 72 loiras do Tchan. E nesse caso, este escriba seria visto no primeiro lugar da fila de voluntários para a imolação. Em nome de Alá.
Brincadeiras à parte, é preciso reconhecer que a teologia e a fé não são fontes muito seguras de estabilidade. As paixões que a religião desperta acabam por produzir o ódio e o fanatismo. Cada religião se imagina portadora da verdade suprema e motiva seus fiéis a se consideraram portadores exclusivos da salvação. Daí até a exclusão dos outros povos e outras raças, em consonância com interesses materiais mais rasteiros, é um passo muito fácil, e infelizmente, comum. Disso resultam as guerras de religião, os Estados teocráticos, o obscurantismo, o ódio, as vinganças, o circulo vicioso sem fim do conflito palestino.
No caso em questão, o esforço de levar a religião a sério como fundamento da legalidade social coloca os clérigos numa posição complicada. Como justificar a transgressão de um mandamento sagrado em razão de uma suposta melhora na segurança? Como justificar o uso de porcos? Certamente, é para responder questões assim que os rabinos estudam por décadas. É para deslindar imbróglios como este que a cultura judaica construiu uma tradição multimilenar de sabedoria hermenêutica e exegética bíblica, consubstanciada também na Cabala, etc..
Na hora do frigir dos ovos, o interesse material prevalece. A terra está sempre no foco da questão. O que importa é assegurar a posse de porções de terra. A terra que os judeus arrancam palmo a palmo aos palestinos com seus assentamentos de extremistas ortodoxos de direita é sempre a única terra fértil, a única com acesso à água, com condições de irrigação, de produção agrícola. Conservar a posse dessas nesgas de terra, sob o pretexto de que são santas, implica até mesmo contradizer as fontes do sagrado, que são as escrituras.
De todo modo, distorcer Escrituras Sagradas para obter apoio para as posições políticas mais indefensáveis é o ofício de todo religioso profissional. Encontrar a citação bíblica certa e omitir aquela oposta é a arte cujo domínio faz o prestigio dos teólogos. Ademais que na Bíblia é possível encontrar justificativa para qualquer tese. Para justificar o injustificável, os sábios do judaísmo são obrigados a exercitar malabarismos sofísticos do mais baixo calibre, mas ainda assim dizer que perseguem um elevado objetivo superior. Prossegue a reportagem:
“Diante disso (da proibição), o rabino Daniel Shilo, que é presidente da comissão de rabinos da Judéia e da Samaria (na Cisjordânia), aceitou abrir uma pequena exceção à regra, afirmando, no final de outubro, que, ‘na medida em que se trata de salvar vidas, a proibição de criar porcos na terra de Israel não se aplica’. Assim, ele também se mostrou convencido de que, nesse bestiário a serviço da segurança, esses guardas pouco sedutores não irão fazer um trabalho de porco”.
Aqui realiza-se o conluio perfeito entre religiosos profissionais e políticos de maus instintos. George W. Bush assinaria embaixo um discurso como o do rabino. Foi para salvar as vidas de (futuras) vítimas de (presumidos) terroristas armados com (supostas) armas de destruição em massa que se fez a invasão do Iraque. Como também foi para assegurar o “espaço vital” para a raça ariana que Hitler invadiu a Polônia. Salvar vidas é a desculpa preferencial dos políticos facínoras, uma vez que lhes serve de autorização automática para tirar as vidas de seus inimigos a seu bel-prazer.
Triste fim para a história do Estado de Israel. Apelar para os porcos para defender as fronteiras ilegais de seu Apartheid desvairado e assassino. Triste ironia da história. Os judeus, vítimas da mais covarde carnificina da história, transformam-se, poucas décadas depois do holocausto, em autores eles próprios de uma outra carnificina covarde e abominável. Razão pela qual não é muito científico falar de um povo judeu como um bloco unitário, sem discernir frações de interesse.
O judeu usurário que explorava o povo até a miséria era um estereótipo que os nazistas usavam para voltar os alemães contra a massa de trabalhadores judeus pobres dos quais queriam se livrar. A fonte desse estereótipo eram algumas poucas famílias de financistas judeus ricos absolutamente integrados ao “stablishment”, que aliás sobreviveram ao holocausto. Agora, as claques de judeus dominam o mundo das finanças e da mídia nos Estados Unidos. E fazem de Israel o baluarte de sua utopia da Terra Prometida. Sustentam o Estado de Israel como uma afronta aos árabes, fazendo do passado bíblico o fundamento de uma reivindicação territorial, depois de dois milênios de Diáspora.
Depois, acusam o Irã dos aiatolás de ser o primeiro Estado teocrático do mundo moderno. O que é o Estado de Israel senão uma tentativa do imperialismo do mundo cristão de impor aos árabes do Terceiro Mundo um enclave ocidental para o povo escolhido das Escrituras Sagradas desse mesmo mundo cristão? O que este Estado de Israel que temos hoje guarda dos ideais do antigo sionismo do início do século XX?
O sionismo era uma causa de esquerda no início do século XX. Ser judeu era quase sinônimo de ser intelectual, ser socialista e também sionista. A esperança de um lar nacional judeu não era uma mera ambição nacionalista, um simples desejo de um país para um povo sem pátria. Havia muitos outros povos sem pátria na Europa do século XIX, mas somente a causa dos judeus se tornou simpática para as potências européias, em virtude dos judeus serem os protagonistas de metade da Bíblia cristã.
De qualquer modo, na idéia de um lar nacional judeu estava embutida a esperança utópica de que essa nação fosse de algum modo diferente, exemplar, igualitária. Sem esse conteúdo utópico não é possível entender fenômenos como o dos “kibutz”, as fazendas coletivas que atraíam jovens do mundo inteiro interessados em construir sociedades alternativas. Antigamente, havia muitos jovens assim.
Infelizmente, a corrente humanista, universalista e socialista acabou sendo minoritária dentro do Estado de Israel. Os interesses geopolíticos estadunidenses no Oriente Médio, concentrados no combate ao nacionalismo árabe laico, durante a Guerra Fria, acabaram se sobrepondo ao projeto original dos fundadores de Israel. Surgiu um Estado fascista e belicoso, onde deveria haver uma sociedade utópica.
Pode-se dizer que aconteceu ao sionismo algo semelhante ao que aconteceu com outras utopias do século XX. Os porcos tomaram o controle e fizeram do exercício do poder a razão da revolução. Tornaram-se tiranos. Ariel Sharon é o Stalin do sionismo. Stalin, na apropriada alegoria de Orwell, metamorfoseou-se em porco. O esperto porco Napoleão, em “A Revolução dos Bichos”.
Em certa altura dos acontecimentos, escreveu Orwell, já não era mais possível distinguir quem era homem e quem era porco. Como dizia um certo sábio judeu, “Dize-me com quem tu andas e eu te direi quem és”.
Ariel Sharon e os porcos... que péssima companhia... péssima para os pobres porcos, é claro!
Daniel M. Delfino
21/12/2003
Diz a reportagem, explicando as vantagens dos porcos:
“Em primeiro lugar, ‘o seu olfato é muito mais desenvolvido que o dos cães’, conforme explicou, em entrevista ao diário israelense ‘Maariv’, Yekoutiel Ben Yaakov, o patrão do Gdud Haivri (‘o batalhão hebreu’). Segundo esta organização, que adestra e fornece cães de guarda para as colônias, o animal disporia de um faro que lhe permitiria detectar à distância os palestinos que tentariam se aproximar dos assentamentos. Uma vez localizados os intrusos, ele só teria o trabalho de alertar os seus mestres grunhindo(...)”
“A segunda vantagem também está vinculada ao seu delicado focinho. Ela vem do fato de que ‘o porco é capaz de detectar armas a longa distância’, acrescenta Yekoutiel Ben Yaakov (...). Este é o caso sobretudo dos porcos de Angola e de Moçambique”
A princípio, tratar-se-ia de uma questão secundária e meramente técnica. Substituir cães por porcos não passa de um procedimento banal de tática de segurança militar. A guerra é um campo onde vale tudo. Qualquer arma é aceitável. Até mesmo porcos (um animal tão vil que se presta a ser mascote do Palmeiras).
Piadas à parte, nenhum expediente é baixo demais quando se trata de derrotar o inimigo. Isso seria válido sem ressalvas para o presente caso não fosse por um delicado detalhe. A criação de porcos é proibida pela religião judaica. O porco não é considerado “kosher”, ou seja, puro. A Torá proíbe a criação de porcos por judeus. Do mesmo modo, o islamismo também proíbe o contato com porcos. Isso traz complicações interessantes.
Prossegue Merlin:
“...a criação de porcos é proibida em Israel, onde estes animais são considerados como ‘impuros’ pelo judaísmo... e também pelo islamismo. Aliás, este último detalhe deu aos responsáveis pela segurança das colônias a idéia de obter uma última vantagem desses animais: ‘Segundo a fé muçulmana, um terrorista que for tocado por um porco não terá direito às 72 virgens que supostamente esperam por ele no paraíso’, explica Yekoutiel Ben Yaakov. Em suma, o porco pode se tornar uma arma de dissuasão.”
Aqui entramos de vez no território do pastelão. Homens adultos considerando seriamente a possibilidade de ameaçar uns aos outros com porcos. Pode-se imaginá-los dizendo algo como: “Não me jogue bombas senão eu te ataco com porcos!” Quem tem medo do porco mau? Seria cômico se não fosse trágico.
Também não deixa de ser risível a promessa de paraíso com a qual os aliciadores recrutam terroristas potenciais entre os jovens palestinos desiludidos. 72 virgens... Não consigo imaginar algo mais trabalhoso e aborrecido que lidar com 72 mulheres virgens, histéricas e retraídas. Por que não 72 amantes habilidosas e prestativas? Se o islamismo tivesse sido inventado no Brasil, provavelmente o paraíso dos mártires teria 72 loiras do Tchan. E nesse caso, este escriba seria visto no primeiro lugar da fila de voluntários para a imolação. Em nome de Alá.
Brincadeiras à parte, é preciso reconhecer que a teologia e a fé não são fontes muito seguras de estabilidade. As paixões que a religião desperta acabam por produzir o ódio e o fanatismo. Cada religião se imagina portadora da verdade suprema e motiva seus fiéis a se consideraram portadores exclusivos da salvação. Daí até a exclusão dos outros povos e outras raças, em consonância com interesses materiais mais rasteiros, é um passo muito fácil, e infelizmente, comum. Disso resultam as guerras de religião, os Estados teocráticos, o obscurantismo, o ódio, as vinganças, o circulo vicioso sem fim do conflito palestino.
No caso em questão, o esforço de levar a religião a sério como fundamento da legalidade social coloca os clérigos numa posição complicada. Como justificar a transgressão de um mandamento sagrado em razão de uma suposta melhora na segurança? Como justificar o uso de porcos? Certamente, é para responder questões assim que os rabinos estudam por décadas. É para deslindar imbróglios como este que a cultura judaica construiu uma tradição multimilenar de sabedoria hermenêutica e exegética bíblica, consubstanciada também na Cabala, etc..
Na hora do frigir dos ovos, o interesse material prevalece. A terra está sempre no foco da questão. O que importa é assegurar a posse de porções de terra. A terra que os judeus arrancam palmo a palmo aos palestinos com seus assentamentos de extremistas ortodoxos de direita é sempre a única terra fértil, a única com acesso à água, com condições de irrigação, de produção agrícola. Conservar a posse dessas nesgas de terra, sob o pretexto de que são santas, implica até mesmo contradizer as fontes do sagrado, que são as escrituras.
De todo modo, distorcer Escrituras Sagradas para obter apoio para as posições políticas mais indefensáveis é o ofício de todo religioso profissional. Encontrar a citação bíblica certa e omitir aquela oposta é a arte cujo domínio faz o prestigio dos teólogos. Ademais que na Bíblia é possível encontrar justificativa para qualquer tese. Para justificar o injustificável, os sábios do judaísmo são obrigados a exercitar malabarismos sofísticos do mais baixo calibre, mas ainda assim dizer que perseguem um elevado objetivo superior. Prossegue a reportagem:
“Diante disso (da proibição), o rabino Daniel Shilo, que é presidente da comissão de rabinos da Judéia e da Samaria (na Cisjordânia), aceitou abrir uma pequena exceção à regra, afirmando, no final de outubro, que, ‘na medida em que se trata de salvar vidas, a proibição de criar porcos na terra de Israel não se aplica’. Assim, ele também se mostrou convencido de que, nesse bestiário a serviço da segurança, esses guardas pouco sedutores não irão fazer um trabalho de porco”.
Aqui realiza-se o conluio perfeito entre religiosos profissionais e políticos de maus instintos. George W. Bush assinaria embaixo um discurso como o do rabino. Foi para salvar as vidas de (futuras) vítimas de (presumidos) terroristas armados com (supostas) armas de destruição em massa que se fez a invasão do Iraque. Como também foi para assegurar o “espaço vital” para a raça ariana que Hitler invadiu a Polônia. Salvar vidas é a desculpa preferencial dos políticos facínoras, uma vez que lhes serve de autorização automática para tirar as vidas de seus inimigos a seu bel-prazer.
Triste fim para a história do Estado de Israel. Apelar para os porcos para defender as fronteiras ilegais de seu Apartheid desvairado e assassino. Triste ironia da história. Os judeus, vítimas da mais covarde carnificina da história, transformam-se, poucas décadas depois do holocausto, em autores eles próprios de uma outra carnificina covarde e abominável. Razão pela qual não é muito científico falar de um povo judeu como um bloco unitário, sem discernir frações de interesse.
O judeu usurário que explorava o povo até a miséria era um estereótipo que os nazistas usavam para voltar os alemães contra a massa de trabalhadores judeus pobres dos quais queriam se livrar. A fonte desse estereótipo eram algumas poucas famílias de financistas judeus ricos absolutamente integrados ao “stablishment”, que aliás sobreviveram ao holocausto. Agora, as claques de judeus dominam o mundo das finanças e da mídia nos Estados Unidos. E fazem de Israel o baluarte de sua utopia da Terra Prometida. Sustentam o Estado de Israel como uma afronta aos árabes, fazendo do passado bíblico o fundamento de uma reivindicação territorial, depois de dois milênios de Diáspora.
Depois, acusam o Irã dos aiatolás de ser o primeiro Estado teocrático do mundo moderno. O que é o Estado de Israel senão uma tentativa do imperialismo do mundo cristão de impor aos árabes do Terceiro Mundo um enclave ocidental para o povo escolhido das Escrituras Sagradas desse mesmo mundo cristão? O que este Estado de Israel que temos hoje guarda dos ideais do antigo sionismo do início do século XX?
O sionismo era uma causa de esquerda no início do século XX. Ser judeu era quase sinônimo de ser intelectual, ser socialista e também sionista. A esperança de um lar nacional judeu não era uma mera ambição nacionalista, um simples desejo de um país para um povo sem pátria. Havia muitos outros povos sem pátria na Europa do século XIX, mas somente a causa dos judeus se tornou simpática para as potências européias, em virtude dos judeus serem os protagonistas de metade da Bíblia cristã.
De qualquer modo, na idéia de um lar nacional judeu estava embutida a esperança utópica de que essa nação fosse de algum modo diferente, exemplar, igualitária. Sem esse conteúdo utópico não é possível entender fenômenos como o dos “kibutz”, as fazendas coletivas que atraíam jovens do mundo inteiro interessados em construir sociedades alternativas. Antigamente, havia muitos jovens assim.
Infelizmente, a corrente humanista, universalista e socialista acabou sendo minoritária dentro do Estado de Israel. Os interesses geopolíticos estadunidenses no Oriente Médio, concentrados no combate ao nacionalismo árabe laico, durante a Guerra Fria, acabaram se sobrepondo ao projeto original dos fundadores de Israel. Surgiu um Estado fascista e belicoso, onde deveria haver uma sociedade utópica.
Pode-se dizer que aconteceu ao sionismo algo semelhante ao que aconteceu com outras utopias do século XX. Os porcos tomaram o controle e fizeram do exercício do poder a razão da revolução. Tornaram-se tiranos. Ariel Sharon é o Stalin do sionismo. Stalin, na apropriada alegoria de Orwell, metamorfoseou-se em porco. O esperto porco Napoleão, em “A Revolução dos Bichos”.
Em certa altura dos acontecimentos, escreveu Orwell, já não era mais possível distinguir quem era homem e quem era porco. Como dizia um certo sábio judeu, “Dize-me com quem tu andas e eu te direi quem és”.
Ariel Sharon e os porcos... que péssima companhia... péssima para os pobres porcos, é claro!
Daniel M. Delfino
21/12/2003
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