HÁ VAGAS NO EXÉRCITO DOS ESTADOS UNIDOS
Registramos a seguir uma informação de muitíssimo interesse para o público em geral, que diz respeito aos Estados Unidos da América. Pois como se sabe, os E.U.A. contam com muitos admiradores mundo afora. Não é de se subestimar, dentre o distinto público, a parcela daqueles que nascem Zé, mas gostariam de poder morrer Johnny. Tais admiradores dos E.U.A. consideram aquele país como modelo civilizacional para seus próprios países. Entretanto, esse modelo tem se mostrado difícil de ser reproduzido em outras latitudes e conjunturas, malgrado os ingentes esforços despendidos.
Na esteira da frustração com essa dificuldade, os admiradores dos E.U.A. convertem a sua utopia estadunidista em revolução pessoal. Querem emigrar para os Estados Unidos. Infelizmente, parece que é um tanto difícil para os reles mortais nascidos abaixo da linha do Rio Grande tornarem-se cidadãos estadunidenses. Cucarachos que tentam emigrar, muito mais por fome do que por ideologia, costumam ser abatidos a tiro no deserto pela segurança de fronteira estadunidense.
Não há vagas na terra das oportunidades. Os postos de lavador de privadas estão todos ocupados. Quando não estão, são disputados a tapa. O que se pretende nesse informe não é porém discutir os motivos que levam as pessoas a aceitar esse tipo de trabalho, que os fazem tentar emigrar ilegalmente, que fazem com que não tenham empregos em seus próprios países, e com que esses países não consigam progredir; embora, diga-se de passagem, suspeita-se que a resposta para essas quatro questões talvez seja uma só: o próprio poder e riqueza dos E.U.A.. O que se pretende aqui é tão somente anunciar a essa parcela filo-estadunidense da população um inusitado método para se adquirir a cidadania daquele país.
É possível agora se tornar cidadão dos Estados Unidos por serviços prestados. A administração Bush inventou o “green card” “honoris causa”. O exército estadunidense está recrutando imigrantes ilegais com a promessa de cidadania. Quem servir no exército ganha o status de cidadão. Esta providência foi tomada como forma alternativa de suprir as prementes necessidades de pessoal do “U.S. Army” de vez que está se mostrando problemático conseguir aliciar recrutas dentre a população estadunidense nativa. Imigrantes em busca de cidadania e jovens que não conseguem pagar a faculdade vêem no exército o meio de resolver seus problemas. Como em “Tropas Estelares”.
Registre-se que isso representa um avanço. No século XIX, potências imperialistas usavam criminosos para massacrar populações nativas de além-mar, sob promessa de anistia. Fez fama a célebre Legião Estrangeira francesa. Hoje temos uma versão mais branda. O crime dos legionários imigrantes estadunidenses é não terem nascido nos E.U.A., crime que o serviço militar pode oportunamente remediar.
Tais necessidades de pessoal por sua vez se justificam em função do recente desdobramento das atividades do exército, sobretudo na administração Bush. Explica-se. Apesar de contar com muitos admiradores mundo afora, como muito justamente foi assinalado acima, o governo dos E.U.A., para salvaguardar os interesses das mega-empresas transnacionais estadunidenses, precisou, em certos momentos da história, mover certas peças no tabuleiro de xadrez geopolítico. Precisou instalar ditadores sanguinários em certos países. O inconveniente de se utilizar ditadores sanguinários é que, inevitavelmente, depois de algumas décadas, eles precisam ser removidos. O que acarreta complicações adicionais em função da resistência da comunidade internacional a aceitar tratar essas medidas como corriqueiras.
Tal resistência não poupa aos E.U.A. o dissabor de algumas diatribes diplomáticas, dentre outras manifestações de repúdio. De qualquer maneira, efetuada a remoção do ditador sanguinário em questão, resta o inconveniente ulterior de lidar com a população local. Pois de maneira recorrente a população destes países teima em não saber o que é melhor para si própria. E em não entender o por quê da ocupação, como também não entendia o porquê do uso do ditador sanguinário ora descartado.
O que interessa aqui é que, onde alguns vêem um problema, outros podem ver uma oportunidade. Esse é precisamente o modo de pensar dos candidatos a “green card” “honoris causa”. Sob certa ótica, os esforços do “U.S. Army” no Iraque podem ser tidos como ensejo para uma promissora carreira no ramo das armas, digo, da pacificação.
Como toda carreira no exterior, há porém, certos riscos envolvidos na atividade de participar de um exército de ocupação. Seria faltar com o dever deixar de assinalar esse aspecto desagradável de uma oportunidade tão recompensadora. Pois o risco envolvido também não é de se subestimar. Que o diga o empresário estadunidense Nicholas Berg, decapitado por elementos recalcitrantes dessa população local. A distinção dos ocupantes estrangeiros entre civis e militares é aqui tornada supérflua, pois estamos falando de uma oportunidade de carreira no exterior. Negócios são negócios. Ou como os estadunidenses costumam dizer, “business as usual”.
De qualquer maneira, está feito o informe, que reputamos assaz alvissareiro. Quem aspira ao “green card” “honoris causa”, entre na fila e preencha seus formulários. Este escriba prefere tentar encontrar outras causas pelas quais valha a pena se engajar, que de preferência não envolvam o risco de perder a cabeça, e que sejam melhores do que defender o petróleo do sr. Bush.
Daniel M. Delfino
09/05/2004
Na esteira da frustração com essa dificuldade, os admiradores dos E.U.A. convertem a sua utopia estadunidista em revolução pessoal. Querem emigrar para os Estados Unidos. Infelizmente, parece que é um tanto difícil para os reles mortais nascidos abaixo da linha do Rio Grande tornarem-se cidadãos estadunidenses. Cucarachos que tentam emigrar, muito mais por fome do que por ideologia, costumam ser abatidos a tiro no deserto pela segurança de fronteira estadunidense.
Não há vagas na terra das oportunidades. Os postos de lavador de privadas estão todos ocupados. Quando não estão, são disputados a tapa. O que se pretende nesse informe não é porém discutir os motivos que levam as pessoas a aceitar esse tipo de trabalho, que os fazem tentar emigrar ilegalmente, que fazem com que não tenham empregos em seus próprios países, e com que esses países não consigam progredir; embora, diga-se de passagem, suspeita-se que a resposta para essas quatro questões talvez seja uma só: o próprio poder e riqueza dos E.U.A.. O que se pretende aqui é tão somente anunciar a essa parcela filo-estadunidense da população um inusitado método para se adquirir a cidadania daquele país.
É possível agora se tornar cidadão dos Estados Unidos por serviços prestados. A administração Bush inventou o “green card” “honoris causa”. O exército estadunidense está recrutando imigrantes ilegais com a promessa de cidadania. Quem servir no exército ganha o status de cidadão. Esta providência foi tomada como forma alternativa de suprir as prementes necessidades de pessoal do “U.S. Army” de vez que está se mostrando problemático conseguir aliciar recrutas dentre a população estadunidense nativa. Imigrantes em busca de cidadania e jovens que não conseguem pagar a faculdade vêem no exército o meio de resolver seus problemas. Como em “Tropas Estelares”.
Registre-se que isso representa um avanço. No século XIX, potências imperialistas usavam criminosos para massacrar populações nativas de além-mar, sob promessa de anistia. Fez fama a célebre Legião Estrangeira francesa. Hoje temos uma versão mais branda. O crime dos legionários imigrantes estadunidenses é não terem nascido nos E.U.A., crime que o serviço militar pode oportunamente remediar.
Tais necessidades de pessoal por sua vez se justificam em função do recente desdobramento das atividades do exército, sobretudo na administração Bush. Explica-se. Apesar de contar com muitos admiradores mundo afora, como muito justamente foi assinalado acima, o governo dos E.U.A., para salvaguardar os interesses das mega-empresas transnacionais estadunidenses, precisou, em certos momentos da história, mover certas peças no tabuleiro de xadrez geopolítico. Precisou instalar ditadores sanguinários em certos países. O inconveniente de se utilizar ditadores sanguinários é que, inevitavelmente, depois de algumas décadas, eles precisam ser removidos. O que acarreta complicações adicionais em função da resistência da comunidade internacional a aceitar tratar essas medidas como corriqueiras.
Tal resistência não poupa aos E.U.A. o dissabor de algumas diatribes diplomáticas, dentre outras manifestações de repúdio. De qualquer maneira, efetuada a remoção do ditador sanguinário em questão, resta o inconveniente ulterior de lidar com a população local. Pois de maneira recorrente a população destes países teima em não saber o que é melhor para si própria. E em não entender o por quê da ocupação, como também não entendia o porquê do uso do ditador sanguinário ora descartado.
O que interessa aqui é que, onde alguns vêem um problema, outros podem ver uma oportunidade. Esse é precisamente o modo de pensar dos candidatos a “green card” “honoris causa”. Sob certa ótica, os esforços do “U.S. Army” no Iraque podem ser tidos como ensejo para uma promissora carreira no ramo das armas, digo, da pacificação.
Como toda carreira no exterior, há porém, certos riscos envolvidos na atividade de participar de um exército de ocupação. Seria faltar com o dever deixar de assinalar esse aspecto desagradável de uma oportunidade tão recompensadora. Pois o risco envolvido também não é de se subestimar. Que o diga o empresário estadunidense Nicholas Berg, decapitado por elementos recalcitrantes dessa população local. A distinção dos ocupantes estrangeiros entre civis e militares é aqui tornada supérflua, pois estamos falando de uma oportunidade de carreira no exterior. Negócios são negócios. Ou como os estadunidenses costumam dizer, “business as usual”.
De qualquer maneira, está feito o informe, que reputamos assaz alvissareiro. Quem aspira ao “green card” “honoris causa”, entre na fila e preencha seus formulários. Este escriba prefere tentar encontrar outras causas pelas quais valha a pena se engajar, que de preferência não envolvam o risco de perder a cabeça, e que sejam melhores do que defender o petróleo do sr. Bush.
Daniel M. Delfino
09/05/2004
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