5.11.15

Atentados em Paris: o equívoco do terrorismo, a farsa da liberdade de expressão, o cinismo imperialista e a defesa de uma alternativa socialista



No dia 7 de janeiro de 2015, uma quarta-feira, dois homens armados invadiram a sede da revista humorística francesa Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas, sendo 4 cartunistas que eram os dirigentes e principais artistas da publicação e 2 policiais que tentaram protegê-los. Nos dias seguintes a polícia francesa deu caça à suposta “célula terrorista” que realizou o atentado. A caçada humana, com tons de filme de ação hollywoodiano, terminou na sexta-feira, dia 9, com a morte dos dois atiradores e mais um homem armado que agia em separado e dizia apoiar os dois primeiros, e que por sua vez foi responsável pela morte de mais 4 reféns num mercado judeu.
A revista Charlie Hebdo ficou conhecida internacionalmente por ter reproduzido em 2006 charges da autoria de Kurt Westergaard, que tinham como personagem o profeta Maomé, as quais haviam sido publicadas no jornal de direita Jyllands-Posten, da Dinamarca. O editor da revista francesa, que se diz “de esquerda”, justificou a publicação em nome da “liberdade de expressão”. Já na época, em 2006, houve reações violentas contra as charges por parte de muçulmanos em vários países, e em 2011 houve uma tentativa de atear fogo ao prédio da revista francesa. Agora, os fanáticos chegaram ao ponto máximo de violência e tiraram as vidas de artistas e funcionários da publicação.
Em resposta ao ataque, manifestações espontâneas surgiram em toda a França, em apoio à revista. E no domingo dia 11, o governo francês organizou uma “marcha republicana”, que teve o comparecimento de milhões de pessoas em Paris e várias cidades francesas. Na capital o presidente François Hollande desfilou ao lado de dezenas de chefes de estado de vários países, como Angela Merkel da Alemanha, Matteo Renzi da Itália, e do secretário de estado estadunidense John Kerry. Todos foram unânimes em condenar o atentado, que está sendo atribuído à Al Qaeda, e querem o apoio da população para a repressão.
Informações mais detalhadas divulgadas posteriormente questionam a possibilidade de que as ações na redação da revista e no mercado judeu, pelo seu amadorismo e a facilidade da polícia para localizar e abater os autores, tenham sido coordenadas e praticadas por agentes treinados de uma “célula terrorista”. O mais provável é que sejam de autoria de jovens franceses descendentes de imigrantes e de religião muçulmana, revoltados com a discriminação cotidiana que sofrem e estimulados por pregadores radicais, mas sem qualquer relação orgânica com a Al Qaeda e o Estado Islâmico. Mesmo assim, com todas as evidências apontando contra uma “operação terrorista”, os governantes já estão mobilizando suas tropas. Os tambores da “guerra ao terror” estão soando novamente.

A questão da liberdade de expressão
Diz-se que em toda guerra a primeira vítima é a verdade, e parece também ser esse o caso dos atentados à revista e da renovada “guerra ao terror” que eles motivaram. Há um emaranhado de questões que estão sendo soterradas em meio aos clichês que dominam o debate.
A primeira questão a ser discutida é o aspecto do ataque como um atentado contra a liberdade de expressão. Partimos do pressuposto de que devemos defender a liberdade de expressão como um princípio, um pré-requisito básico para que haja qualquer pensamento e qualquer luta. Quando uma ditadura se instaura, sua primeira medida é justamente estabelecer a censura, para proibir a oposição de se expressar. Defendemos a liberdade de expressão, porque a censura, de qualquer tipo que seja, com pretexto religioso ou diretamente político, é o pior recurso para lidar com a diversidade de ideias. Devemos defender a possibilidade da livre expressão, do debate, do diálogo e do aprendizado coletivo, que são impossibilitadas pela censura.
Estabelecido este primeiro ponto, é preciso esclarecer também que liberdade de expressão não é o mesmo que impunidade. As ideias devem ser expostas, e os seus autores devem ser responsabilizados por elas. Aqueles que se utilizarem da liberdade para expor ideias que reforçam a opressão, devem ser punidos por isso. Sendo assim, condenamos o atentados contra Charlie Hebdo, mas isso não significa conceder álibi para que humoristas possam destilar machismo, racismo e LGBTfobia disfarçados de entretenimento, como o que predomina hoje nas “stand ups” e “talk shows” que estão na moda no Brasil. Também tem que haver punição adequada para esses oportunistas que reproduzem preconceito e opressão com a máscara do humor. Até porque a reprodução do preconceito na mídia e nos veículos de entretenimento legitima agressões físicas e morais que mulheres, negros e LGBTs sofrem cotidianamente.
Retomando a questão da revista francesa, reafirmamos que é sim dever da esquerda defender a liberdade de expressão, o jornalismo, o humor, a arte e a cultura, como valores humanistas. Entretanto, temos que reafirmar que a revista Charlie Hebdo representava muito mal e porcamente esses valores. A revista foi fundada na década de 1970 como um veículo para a sátira contra os poderosos (como parte do mesmo processo que gerou por exemplo o “Pasquim”, no Brasil). Alguns integrantes da redação se definiam como “de esquerda”. Stephane Charbonnier, conhecido por Charb, que no momento era o editor e principal artista da publicação, já havia feito ilustrações para publicações de obras de Marx e de autores marxistas franceses, como Daniel Bensaid, entre outros. Não havia apenas charges sobre Maomé, mas sobre o Papa, o general De Gaulle, etc. A crítica era direcionada não apenas ao islamismo, mas também ao fanatismo cristão, judaico, aos nazistas, etc.
Entretanto, com o passar do tempo e a perda de referências ideológicas, começam a surgir também charges racistas e islamofóbicas. O puro e simples mau gosto e vulgaridade tomaram lugar da criatividade. Assim, os atentados transformaram os responsáveis por uma publicação medíocre em mártires da liberdade de expressão. O assassinato dos chargistas é sempre lamentável porque se trata de vidas humanas, mas é também lamentável porque tira a possibilidade de que pudessem ser criticados por publicações islamofóbicas e racistas e fossem obrigados a se retratar pela pressão de um movimento unitário de trabalhadores, que é o que a esquerda deveria fazer. Ao invés da devida retratação que precisavam emitir, terão a imerecida glória da imortalidade, primeiro resultado da estupidez dos atiradores. Charlie Hebdo, na sua espiral decadente em direção ao oportunismo, não estava nem um pouco à altura dos valores humanistas que defendemos, mas a morte dos membros da sua equipe, para cúmulo da ironia, os transformou em “heróis”, justamente o que o imperialismo precisava neste momento.

O terrorismo e a crise de alternativas
Um segundo aspecto é que os ataques são condenáveis sob o ponto de vista político, como método de luta equivocado. O terrorismo já foi rejeitado como método de luta pelos revolucionários há mais de um século. Na Rússia, os bolcheviques e revolucionários sempre se colocaram contra a ação isolada de grupos vanguardistas que se descolavam do restante da população para atacar governantes e autoridades. Esse método nunca serviu para trazer apoio da população para a luta. Ao contrário, os governantes sempre conseguiram reverter a opinião pública contra os atentados e com isso obter legitimidade para reprimir não apenas os próprios terroristas, mas todo tipo de ação ou pensamento críticos da sociedade e todos os demais grupos de oposição. Os revolucionários sempre apostaram no avanço da consciência e da organização dos trabalhadores enquanto classe e coletivo, nunca em ações “heróicas”, voluntaristas e individualistas.
O fato de que muitos jovens de países de religião majoritariamente muçulmana adotem o terrorismo como método de luta tem a ver com a crise de alternativas socialistas, a falta de uma perspectiva que aponte para o fim do capitalismo e a construção de uma sociedade socialista. Na falta desse projeto, os jovens se identificam não como parte da classe trabalhadora e como habitantes de países explorados pelo imperialismo, mas como adeptos de determinada religião ou grupo étnico. As lutas acabam sendo desviadas para os sintomas mais evidentes dos problemas que essa população vive, como a dominação por governantes autoritários e corruptos, que obedecem o imperialismo, entregam a riqueza do petróleo e insultam a cultura, a religião e a tradição desses países; não contra a causa dos problemas, que é o próprio sistema capitalista. Por isso é preciso insistentemente oferecer uma explicação socialista para questões que são apenas aparentemente ou parcialmente religiosas e étnicas, mas que dizem respeito à dominação de classe e à dominação nacional.
Em resumo, rejeitamos o terrorismo, não porque ele seja uma afronta à “civilização ocidental”, mas porque é contraproducente como método de luta dos explorados e oprimidos. Defendemos o direito dos povos do Oriente Médio e do mundo inteiro de se defender e se libertar da dominação imperialista, por meio da luta armada se for preciso, mas não a ação de grupos isolados que agem em separado dos movimentos sociais, não acatam o conjunto do movimento e matam indiscriminadamente. Defendemos o processo de organização coletiva dos povos para formar seus instrumentos de luta, seus partidos, sindicatos, associações e órgãos de autodefesa. Defendemos o exemplo da resistência armada curda na região de Rojava, na Síria, com sua concepção laica e pluralista, que aceita todos os grupos étnicos e religiosos, curdos, sírios, muçulmanos, cristãos, etc., e forma inclusive milícias de mulheres. Defendemos que a referência para a organização dos povos é a classe trabalhadora, que tem a condição de reorganizar toda a vida social a partir da expropriação dos meios de produção e do controle coletivo, rumo ao socialismo.

O terrorismo e o estereótipo dos muçulmanos
Os atentados já surtiram o efeito previsível, ou seja, deslanchar uma imensa onda de islamofobia e racismo. Os fanáticos que pegaram em armas contra Charlie Hebdo não estão defendendo os muçulmanos do mundo inteiro, estão atraindo sobre eles a repulsa e a desconfiança. A islamofobia, a xenofobia e o racismo apregoados por setores de extrema direita vão ter ainda mais apoio agora que essa amostra de irracionalismo e barbárie aparentemente lhes deu razão. Mas a direita não tem razão também neste caso. O terrorismo, repetimos, não é algo inerente à religião islâmica. O islamismo não é um todo homogêneo (assim como o cristianismo também não é). Dentro da população de mais de 1 bilhão de muçulmanos no planeta, encontram-se inúmeras divisões e subdivisões em seitas e grupos. A grande maioria da população muçulmana é pacífica (assim como a maioria dos cristãos, dos budistas, etc.), e o extremismo é uma opção minúscula e ultra minoritária. E para completar, cristãos, judeus, hinduístas, etc., também não estão isentos de cometer atos de violência e crimes de todos os tipos, muito pelo contrário, pois acontecem a todo momento. Não é a religião, mas a política e a luta de classes que explicam a violência.
O ataque terrorista é acima de tudo um ato politicamente estúpido, porque deu o pretexto para que uma vasta gama de oportunistas passasse a defender o aumento da repressão. Forças policiais e militares estão se mobilizando em toda a França com o pretexto de caçar terroristas remanescentes ou supostamente relacionados aos ataques. Em toda a Europa se reforçam medidas repressivas, que acabarão se voltando contra as lutas dos trabalhadores, conforme discutiremos a seguir. Governos do mundo inteiro estão defendendo ações militares contra os grupos localizados em países do Oriente Médio e que são supostamente responsáveis pelos ataques. Enquanto os governos preparam a guerra no exterior, forças da repressão e grupos neonazistas e de extrema direita intensificam a ação no interior de cada país sobre setores “suspeitos” da população, imigrantes em geral, em especial negros, árabes, indianos, latinoamericanos, etc.

O contexto da luta de classes na Europa
Uma das principais armas da burguesia para conter as lutas dos trabalhadores, especialmente na Europa, é justamente a divisão da nossa classe entre nacionais e estrangeiros. Os setores de direita exploram essa divisão e difundem o preconceito contra negros, árabes, indianos, latinoamericanos, etc. Devido a sua baixa taxa de natalidade e envelhecimento da população economicamente ativa, o continente europeu precisa da mão de obra de imigrantes, que chegam à taxa de 1 milhão de pessoas por ano, mas ocupam os piores empregos, recebem os piores salários, moram nos piores bairros, e ainda por cima são tratados pelos nativos como culpados pelos problemas. Essa é a base para a xenofobia, a islamofobia e o racismo, e é por esse motivo, por serem obstáculo à unidade da classe, que é preciso combater essas ideias.
Os atentados acontecem num momento em que havia um crescimento das lutas dos trabalhadores na Europa contra as políticas de “austeridade” prevalecentes no continente. Manifestações de massa na Itália, greve geral na Bélgica, eleições altamente polarizadas na Grécia, crescimento da oposição na Espanha. Todos esses fenômenos eram sintomas de que a classe trabalhadora europeia estava se levantando contra as políticas dos governos do continente, que querem fazer com que paguem os custos de uma crise que já se arrasta desde 2008, e da qual o capitalismo europeu jamais se recuperou plenamente. Os governos querem cortar salários, direitos e benefícios, demitir funcionários públicos, cortar verbas e sucatear os serviços, reduzir aposentadorias e aumentar o tempo de contribuição, aumentar impostos, etc. Exatamente como anunciou o novo ministro da fazenda do governo Dilma no Brasil.
É contra essas medidas que os trabalhadores estavam em luta, e não apenas na Europa, mas em escala mundial. Prova disso são os exemplos das manifestações no México, por conta do desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, e nos Estados Unidos, por conta da morte de jovens negros pela polícia, dos quais o caso de Ferguson foi o mais emblemático. No Brasil, temos a luta contra as demissões (que foram revertidas na Volks à custa de uma acordo que impõe arrocho salarial, mas continuam na Mercedes), contra o aumento das passagens, por moradia, etc. É nesse contexto de lutas dos trabalhadores e da juventude que acontecem os atentados, dos quais as forças imperialistas querem se aproveitar para reverter o clima político em favor da repressão. O aumento da repressão, com o uso massivo de policiais e tropas militares nas ruas, sob o pretexto de “reprimir o terrorismo”, na verdade serve para conter as manifestações, ocupações, piquetes e greves dos trabalhadores.

Contra a “marcha republicana” e a hipocrisia imperialista
Os atentados terroristas são um grave equívoco como método de luta, mas o que é mesmo absolutamente condenável são os governantes oportunistas que querem dirigir a indignação da população em favor de suas políticas de militarização, guerra, reforço da repressão e mecanismos de vigilância e controle. Esses mecanismos, em última instância, vão ser usados contra a própria população, não apenas os imigrantes, os negros, árabes, indianos, latinoamericanos, etc., mas os trabalhadores em geral, conforme expusemos acima.
É para manipular a situação a seu favor que governantes imperialistas do mundo inteiro se unificaram numa grande frente com o presidente francês François Hollande para condenar os ataques. A composição dessa frente é um espetáculo dantesco de hipocrisia. A lista dos nomes que desfilaram na “marcha republicana” do dia 11 é aterradora. Além de ditadores africanos, acostumados a afogar a oposição em sangue e monarquias do Oriente Médio, corruptas até os ossos e igualmente repressivas, tivemos algumas celebridades que abrilhantaram o evento com seu cinismo sem limites.
Entre eles, Petro Poroshenko, presidente ucraniano eleito num processo fraudulento, que se seguiu a um golpe de estado fascista, e que está em guerra civil contra uma parte do país que não aceita o golpe e a política que está por trás dele, a imposição das medidas de austeridade exigidas pela União Europeia; Recep Tayyip Erdogan, primeiro ministro da Turquia, país que há décadas mantém a política de repressão sobre a minoria curda no oeste do país, sendo que em seu governo reprimiu duramente as manifestações na Praça Taksim em Istambul em 2013 e também as manifestações contra as denúncias de corrupção em seu governo em 2014; John Kerry, secretário de Estado estadunidense, cujo governo financiou o Talibã, a Al Qaeda e o Estado Islâmico, e que agora quer reenviar tropas ao Oriente Médio para supostamente combatê-los, ao mesmo tempo em que empreendem uma caçada mundial contra Julian Assange e Eduard Snowden, por terem publicado segredos das conspirações imperialistas (isso é que é defesa da liberdade de expressão!); e finalmente Benjamin Netanyahu, primeiro ministro israelense, que em 2014 deu seguimento a mais uma rodada de genocídio dos palestinos, bombardeando Gaza, inclusive escolas e hospitais, matando milhares de pessoas, inclusive mulheres e crianças. Foram esses facínoras que marcharam em Paris em defesa da “liberdade de expressão”!

Je ne suis pas Charlie!
Além dos políticos profissionais, vários setores da mídia e intelectuais se perfilaram numa espécie de campanha com o slogan “je suis Charlie” (“eu sou Charlie”), em defesa da “liberdade de expressão” e conclamando o mundo inteiro a se unir “contra o terrorismo”. A “marcha republicana” do domingo dia 11 recebeu a adesão de inúmeros partidos e organizações, inclusive da esquerda francesa. Esses setores de esquerda que aderiram à marcha governista estão capitulando vergonhosamente ao governo burguês e imperialista de Hollande e aos demais imperialistas que lhe dão apoio, desde Obama à Angela Merkel. O papel da esquerda e dos intelectuais neste momento deveria ser o de denunciar o imperialismo e todos os seus representantes, como o próprio Hollande e os demais citados acima, como os primeiros e maiores responsáveis pelo terrorismo.
Uma coisa são os atos espontâneos da população francesa em repúdio ao ataque, por indignação com a intolerância e a violência, e em defesa de valores humanistas e democráticos. É dever da esquerda organizada participar desses atos para impedir que sejam dirigidos pela direita e extrema direita sempre prontas para injetar a islamofobia, a xenofobia e o racismo. Outra coisa é a marcha governista dirigida pelos maiores representantes do imperialismo e culpados pelo terrorismo. Nesse caso, é dever da esquerda denunciar os vínculos do terrorismo com as políticas imperialistas para o Oriente Médio e a intenção dos governantes de usar a “guerra ao terror” para reprimir as lutas dos trabalhadores.
Por último, também repudiamos a indignação seletiva de setores intelectuais que são os primeiros a dizer “je suis Charlie”, mas não tiveram a mesma presteza para dizer “je suis Gaza”, para condenar o genocídio palestino nas mãos do sionismo israelense, para se levantar contra todos os crimes, massacres, violências e opressões praticados pelas forças imperialistas e defensores da exploração e da opressão capitalista no mundo inteiro. Ou, poucos dias depois, não demonstraram nenhuma gota de indignação quando a milícia Boko Haram massacrou 2 mil pessoas, em Baga, na Nigéria. Não vimos nenhuma “marcha republicana” dos líderes mundiais em repúdio ao ataque e em defesa da vida dos 2 mil mortos, como se suas vidas não valessem o mesmo que as das quase 20 mortas em Paris. O “humanismo seletivo”, que só reconhece como vítimas uma parte da população, não é humanismo, é a sua negação e a rendição a um mundo desumano e à hipocrisia dos poderosos.
Contra o terrorismo! Contra a violência e a intolerância!
Em defesa do humanismo, da cultura e da liberdade de pensamento e de expressão!
Contra o oportunismo de humoristas, “artistas” e celebridades que veiculam o racismo, o machismo e a LGBTfobia
Contra a islamofobia, a xenofobia e o racismo! Contra a extrema direita e todos os oportunistas!
Contra os governantes imperialistas, maiores responsáveis pelo terrorismo e culpados de inúmeras agressões aos povos do mundo inteiro!
Contra a “marcha republicana” e a ofensiva política e ideológica do estado capitalista francês para legitimar a repressão!
Pelo direito de defesa, inclusive armada, dos povos árabes e de todos os povos explorados e oprimidos pelo capitalismo!
Em defesa da unidade da classe trabalhadora, nativos e imigrantes, na Europa e no mundo inteiro, contra a exploração e a opressão capitalistas!
Por uma alternativa socialista para a humanidade!

Daniel M. Delfino
Janeiro 2015



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