O
sionismo e as origens de Israel
Os 22
dias de ataques aéreos e terrestres de Israel contra Gaza
entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009 produziram 1.300 mortos,
5.300 feridos, 5.000 casas destruídas, 41 Mesquitas
explodidas, 5 cemitérios bombardeados, 16 prédios
públicos, escolas da ONU e hospitais totalmente destruídos
e 80 mil desabrigados (dados dos sites www.vivapalestina.com.br
e www.palestinalivre.org).
Esse
crime é mais um capítulo de uma longa história
de invasão territorial, roubo de terras, violação
de direitos humanos, opressão, tortura, morte, limpeza étnica
e genocídio de que os palestinos tem sido vítimas.
Antes mesmo da criação do Estado de Israel em 1948,
havia um movimento de colonização da Palestina por
judeus europeus organizados em torno da ideologia sionista. Nas
décadas de 1920 e 30, invasores sionistas já
perpetravam ataques contra os palestinos, destruindo aldeias
inteiras, matando indiscriminadamente populações
indefesas, roubando suas terras e fontes de água, com a
conivência da administração colonial britânica.
O
sionismo (que tira seu nome da fortaleza de Sião, cidadela dos
judeus na Jerusalém dos tempos bíblicos), arregimentava
colonos na Europa com a proposta de um “lar nacional” para os
judeus. A linguagem do sionismo era semelhante à dos
movimentos do nacionalismo burguês do século XIX. Sua
prática era idêntica à do processo de formação
das “colônias brancas” que caracterizou a expansão
do imperialismo para regiões como a África do Sul e a
Oceania, baseada no massacre dos povos originários. O sionismo
escolheu a Palestina para abrigar esse lar nacional e ignorou a
existência de uma população nativa, de origem
árabe e religião muçulmana, que já
habitava a região por praticamente dois milênios.
Criou-se o mito da “terra sem povo para um povo sem terra”,
fundamentado no rebaixamento dos palestinos para a condição
de algo abaixo do humano.
Realizou-se
uma operação ideológica semelhante àquela
que narra a história da América como um
“descobrimento”, ignorando a existência nesse continente de
mais de 20 milhões de nativos, que puderam assim ser
exterminados pela conquista européia. A construção
ideológica que atribui a condição de sujeito
exclusivamente aos povos dos países imperialistas e nega aos
povos dos países periféricos o estatuto de seres
humanos repetiu-se na Palestina com a invasão sionista.
A
política de limpeza étnica permaneceu a mesma ao longo
dos últimos 60 anos que se passaram desde a criação
de Israel. Para dar legitimidade a tal política, os sionistas
contaram com o favor da opinião pública dos países
imperialistas, chocados com a revelação do extermínio
de milhões de judeus europeus no curso da II Guerra. O
Holocausto forneceu um álibi para as ações do
sionismo. Como se já não bastasse a crueldade dos
crimes cometidos contra os palestinos, o sionismo adicionou a tais
crimes uma pérfida mentira ao vincular a expansão
imperialista de Israel sobre a Palestina com a necessidade da “defesa
do povo judeu”, convertido em vítima perpétua. O fato
dos judeus terem sido vítimas da “solução
final” nazista foi usurpado pelo sionismo como salvo-conduto para
cometer seu próprio extermínio sobre os palestinos.
A
falência da ONU e a tragédia palestina
Logo em
seu início, o sionismo não era majoritário entre
os judeus europeus e estadunidenses. Muitos judeus (entre os quais
nomes como Albert Einstein e Hannah Arendt) protestaram contra os
métodos do recém-criado Estado de Israel, que
oficializavam as práticas de invasão colonial das
décadas anteriores. Inclusive no interior de Israel sempre
houve oposição à política de limpeza
étnica contra os palestinos. Gradativamente, porém, a
oposição ao sionismo se tornou cada vez mais
minoritária entre os judeus, dentro e fora de Israel, a ponto
de tornar-se politicamente impotente para impedir a escalada
expansionista. Criticar o sionismo passou a ser sinônimo de
concordar com o nazismo, infâmia que ninguém na Europa e
Estados Unidos, judeu ou não judeu, queria atrair sobre si. Ao
invés de contestar essa usurpação moral,
preferiu-se fazer vista grossa aos crimes de Israel, afinal as
vítimas eram “apenas palestinos”.
Tentando
satisfazer esse estado de espírito da opinião pública,
a ONU baixou uma salomônica resolução em 1947 que
retirou a região do controle imperial britânico e
dividiu o território em dois novos países
independentes, Israel e Palestina. A resolução foi
parcialmente implantada em 1948 com a criação apenas do
Estado de Israel. A divisão do território em 56% para
Israel e 43% para a Palestina (o 1% restante seria a cidade
internacional de Jerusalém) já representava um avanço
muito grande em relação ao território até
então colonizado (invadido) pelo sionismo. Não contente
com isso, Israel invadiu nesse mesmo ano grande parte do território
destinado à Palestina, mantendo-se fora apenas da faixa de
Gaza e da Cisjordânia. Nas décadas seguintes
prosseguiram a invasão e a ocupação sistemáticas
do território palestino. O Estado palestino jamais foi criado
e todas as resoluções da ONU a respeito foram
desobedecidas por Israel. Chegamos hoje à situação
absurda em que 100% do território originalmente destinado a
ser parte do Estado palestino foi ocupado por Israel.
O povo
palestino se divide hoje em 1,2 milhões que residem em Israel
(nos territórios tomados em 1948), 1,5 milhões na faixa
de Gaza e 2,5 milhões na Cisjordânia (ocupados em 1967),
além de outros 6 milhões expulsos de suas terras que
constituíram uma diáspora espalhada por campos de
refugiados na Jordânia e no Líbano. Os palestinos dos
territórios ocupados vivem sob constante cerco policial do
Estado israelense, separados por muros e postos de controle do
exército nas estradas, impedidos de ir e vir, de se comunicar
entre si, de buscar trabalho. Para completar, Israel ocupou as terras
férteis da Cisjordânia, assentou colonos nessas terras e
tomou o controle das fontes de água, relegando os palestinos à
miséria perpétua.
O caso
Israel-Palestina foi desde o início uma das mais eloqüentes
demonstrações da impotência da ONU para servir
como instrumento efetivo para a paz no mundo. A ONU jamais teve força
para impor qualquer resolução sobre Israel, que sempre
contou com a cobertura dos Estados Unidos. Em última
instância, a ONU funcionou como um mero instrumento diplomático
do imperialismo estadunidense, servil a seus interesses, conivente
com seus crimes, mas dura com seus adversários.
Os
países árabes e Israel
A
primeira reação dos países árabes, já
em 1848, foi de sair em guerra contra Israel. Seguiram-se as guerras
de 1953, 1967 (quando foram ocupadas a faixa de Gaza e a Cisjordânia)
e 1973, com a vitória sempre pendendo para o lado do sionismo.
A resistência palestina se organizou na Organização
para Libertação da Palestina (OLP), que inicialmente
agrupava diversas correntes políticas e se recusava a
reconhecer Israel. Em 1982 Israel invadiu o sul do Líbano,
intervindo na guerra civil que sangrava o país para expulsar
de lá a OLP. De passagem, o comandante da operação
e depois primeiro-ministro israelense Ariel Sharon permitiu que
milícias libanesas cristãs de extrema-direita atacassem
os campos de refugiados palestinos de Chabra e Shatila, matando mais
de cinco mil pessoas, a grande maioria não-combatentes,
inclusive mulheres e crianças.
O
agravamento da opressão nos territórios ocupados deu
origem a duas “Intifadas”, a revolta dos palestinos nos
territórios ocupados, em 1987 e em 2000, quando jovens
palestinos combateram com pedras os tanques de guerra israelenses. Em
2006 Israel invadiu o novamente o Líbano para destruir o
Hizbolá (organização enraizada entre os
refugiados palestinos naquele país), mas depois de provocar
grande devastação, foi obrigado a se retirar sem
conseguir seu objetivo. Desmoralizado, o exército israelense
buscou vingança com o recente ataque a Gaza, castigando uma
população muito mais pauperizada para puní-la
por seu apoio ao Hamas.
Ao longo
dessas 6 décadas, importantes mutações se
produziram no movimento de resistência palestino. Inicialmente,
os palestinos chegaram a contar com o apoio de países árabes,
que saíram em guerra contra Israel. No contexto da Guerra
Fria, nos anos 1950 e 60, despontou o movimento dos “países
não-alinhados”, que tentavam de alguma forma se manter
equidistantes dos blocos liderados pelo imperialismo estadunidense e
pela burocracia soviética. Dentro do movimento dos
não-alinhados se localizava o chamado “nacionalismo árabe”,
liderado por figuras como o líder egípcio Gamal Abdel
Nasser. O Egito de Nasser chegou a realizar uma reforma agrária,
distribuindo terras aos camponeses, algo inédito desde o tempo
dos faraós (a reforma está sendo revogada pelo atual
governante do Egito, Hosni Mubarak).
As
limitações do nacionalismo árabe (como do
restante do movimento dos não-alinhados), sua direção
burocrática e pequeno-burguesa, a manutenção do
capitalismo, impediram a auto-organização das massas
árabes e sua mobilização por seus próprios
interesses de classe. Com isso, os líderes nacionalistas foram
derrotados pela direita e pelo imperialismo. O líder
nacionalista do Irã, Mossadegh, foi derrubado por um golpe de
Estado organizado pela CIA em 1953. Nasser foi sucedido por Anuar
Sadat, que assinou um tratado de paz com Israel, em 1979, traindo a
causa palestina. A capitulação do Egito a Israel foi a
primeira no mundo árabe. A maior parte dos governos árabes
cedeu aos poucos às pressões dos Estados Unidos e
deixou de apoiar a causa palestina.
A
capitulação da OLP
A OLP se
viu gradativamente isolada e enfraquecida. Para completar sua
derrota, Israel estimulou secretamente a formação de
grupos fundamentalistas islâmicos, como o Hamas, para polarizar
com as correntes laicas no interior da OLP, na década de 1980.
Essas correntes laicas se tornaram progressivamente menos radicais e
perderam apoio de massa. Para continuar liderando a OLP, organizações
como o Fatah, de Yasser Arafat, terminaram por ceder à pressão
de Israel e dos Estados Unidos, assinando os acordos de Oslo, em
1993, reconhecendo a existência de Israel, ou seja, legalizando
as ocupações criminosas de 1948, em troca da promessa
vaga de retirada dos territórios ocupados em 1967 e de
estabelecimento do Estado palestino.
Quando
Israel esboçou a possibilidade de se retirar dos territórios
ocupados e consolidar a paz com a OLP, o primeiro-ministro Ytzak
Rabin foi assassinado pela extrema direita fundamentalista
israelense, em 1995. A criação do Estado palestino,
promessa do acordo de Oslo, permaneceu no papel. Em seu lugar foi
criada a Autoridade Nacional Palestina (ANP), com jurisdição
sobre Gaza e Cisjordânia, uma caricatura de Estado, sem
qualquer viabilidade econômica e sem autonomia política
e financeira. A ANP depende do envio de verbas dos Estados Unidos e
da Europa, condicionada ao controle policial da população
palestina, ou seja, à repressão de seu próprio
povo. O Fatah, cada vez mais corrupto, aceitou se prestar a esse
papel de manter a ordem nos territórios ocupados. A
incapacidade do Fatah de melhorar a vida dos palestinos, o que é
impossível sem combater o controle israelense dos territórios
ocupados, fez com que o partido perdesse popularidade e fosse
derrotado pelo Hamas nas eleições da ANP em 2006.
O
imperialismo desconheceu a expressão da vontade soberana do
povo palestino nas eleições e negou-se a aceitar um
governo do Hamas. O envio das verbas que mantém a ANP foi
cortado e a miséria se aprofundou. O Fatah tentou um golpe de
Estado contra o Hamas em 2007 e foi expulso da faixa de Gaza. Desde
então Israel recrudesceu a repressão sobre os
territórios ocupados, passando a executar incursões
militares periódicas e chacinas, além de impor um
bloqueio econômico sobre Gaza que reduziu o território a
um campo de concentração, culminando nos ataques de
2009/09.
Traídos
por suas lideranças tradicionais, os palestinos passaram a
lutar contra um inimigo muito mais poderoso por meio de ataques de
homens-bomba contra a população civil em Israel. Isso
contribuiu para atrair a antipatia mundial contra a causa palestina.
Os israelenses passaram a ser apresentados como vítimas e os
palestinos como algozes impiedosos de uma população
indefesa, quando a verdade está muito mais próxima do
oposto. Israel é apresentado como representante da democracia
no Oriente, mas na verdade é um Estado militarizado,
controlado por uma burocracia militar espalhada por todos os setores
da administração civil. O serviço militar é
obrigatório para ambos os sexos e dura dois anos. Reservistas
podem ser convocados a qualquer momento para compor um dos exércitos
mais forte e bem equipados do mundo, uma aberração
desproporcional num país de 6,7 milhões de habitantes.
Movimentos
internos contra a guerra e a ocupação são
fortemente perseguidos e encarados pela maioria da população
como traição à pátria e conivência
com o terrorismo. Todos os partidos com representação
parlamentar (inclusive a “esquerda” trabalhista) apóiam a
ocupação. Para os militares e religiosos de
extrema-direita, a guerra é uma necessidade constante. Israel
precisa ser mantido em estado de alerta, por meio da ameaça
permanente do terrorismo islâmico, real ou imaginária,
para que se possa legitimar a manutenção do aparato
militar.
O
fundamentalismo
Numa
suprema ironia, o Hamas, que foi secretamente financiado por Israel
em sua origem (assim como a Al Qaeda foi organizada pelos Estados
Unidos), se tornou décadas depois a única esperança
de resistência dos palestinos, por herdar a bandeira histórica
do movimento e se recusar a reconhecer Israel. Apesar de suas origens
espúrias, o Hamas se credenciou como representação
da resistência palestina devido ao seu trabalho assistencial e
à firmeza de sua força militar na luta contra a
ocupação.
O Hamas,
assim como o Hizbolá, que organiza a resistência dos
refugiados no Líbano, são subprodutos do fenômeno
global do crescimento do fundamentalismo islâmico, uma resposta
dos povos árabes à desarticulação do
velho nacionalismo. As direções políticas
árabes, burguesas e autoritárias, dobraram-se todas aos
Estados Unidos, gerando ódio de suas populações.
Sadat, que assinou o acordo de paz com Israel, foi assassinado por
fundamentalistas egípcios em 1980, sendo sucedido por Mubarak,
no poder até hoje.
A
revolta popular que derrubou o títere dos Estados Unidos no
Irã, em 1979, terminou hegemonizada pelo setor
fundamentalista, liderado pelo clero dos aiatolás, no que foi
chamado de “revolução islâmica”. Desde então
o Irã tem se tornado o modelo político e o sustentáculo
material de diversos movimentos fundamentalistas espalhados pelo
mundo árabe e além. A linguagem apocalíptica do
fundamentalismo, seu chamamento à “guerra santa” contra o
“grande satã” (Estados Unidos e sua marionete, Israel),
sua promessa de paraíso para os mártires que se
imolarem pela causa; substituíram a linguagem racional das
reivindicações historicamente fundamentadas da causa
nacional palestina e árabe.
Para
completar, a mídia burguesa ocidental convenientemente
transforma o conflito árabe-israelense numa luta entre o “povo
escolhido” da Bíblia judaico-cristã e os bárbaros
malignos do islamismo satânico. A indústria cultural
hollywoodiana colabora com a campanha anti-árabe por meio da
construção do estereótipo do árabe como
terrorista. O cinema hollywoodiano periodicamente reaviva com
brilhantismo a memória do Holocausto, o que está
correto, mas se omite criminosamente quanto à tragédia
palestina em curso.
A
geopolítica do petróleo
A origem
do conflito não tem nada a ver com religião. As
religiões são instrumento da manipulação
política das massas ao sabor dos interesses das classes
dominantes em cada momento. A religião nunca impediu no
passado que muçulmanos, judeus remanescentes da diáspora
e cristãos das igrejas orientais convivessem na mesma
Palestina durante séculos, na Idade Média. Esse
convívio foi interrompido pela chegada dos cruzados cristãos,
que foram à Terra Santa não para levar a “palavra de
Deus”, mas a espada, em busca de riqueza e glória (matando
não apenas muçulmanos, mas também judeus e
cristãos orientais). Da mesma forma, muçulmanos, judeus
e cristãos conviveram harmoniosamente durante séculos
no reino árabe de Córdoba, na Espanha, o outrora mais
culto e civilizado Estado da Europa medieval, repositório de
tesouros universais da arte, da filosofia, da arquitetura, da
medicina, etc. Foi a Reconquista espanhola, liderada pelos reis
católicos, que trouxe sobre a barbárie da Inquisição
e o fim dessa brilhante experiência.
O que
está por trás de um movimento como o sionismo não
é a religião judaica, mas os interesses do
imperialismo. De passagem, é importante ressaltar que o
judaísmo é ele próprio heterogêneo. Não
existe sequer uma identidade judaica única capaz de por de
acordo os rabinos das diversas correntes, dos moderados aos ortodoxos
e ultra-ortodoxos. Etnicamente, os judeus se dividem em dois ramos
principais, os asquenazi (ocidentais ou “europeizados”) e os
sefaraditas (orientais), sem contar o caso peculiar dos judeus
etíopes.
A
população de judeus é inclusive maior fora de
Israel. Apenas nos Estados Unidos são cerca de 10 milhões.
Nem todos os judeus necessariamente apóiam Israel, mas apenas
uma minoria dos que não apóiam o sionismo se manifesta
a respeito. Existe porém um setor bastante peculiar da
população judia estadunidense cujo apoio incondicional
a Israel constitui um dos pilares da política do imperialismo
para o Oriente Médio. Existe uma burguesia judia e
pró-sionista que controla parte das finanças e da mídia
dos Estados Unidos. Não se trata aqui do mito nazista da
“conspiração judaica para dominar o mundo”, mas de
um setor específico, muito organizado e influente, que atua em
unidade com outros dois setores específicos da burguesia
estadunidense, o complexo industrial-militar e a indústria
petrolífera, na determinação dos objetivos da
política externa do imperialismo.
O apoio
dos Estados Unidos a Israel ao longo de todas essas décadas
não tem a ver com qualquer simpatia extrema pelos judeus. Tem
a ver com a necessidade de derrotar o antigo nacionalismo árabe,
instalar em seu lugar governantes servis e assegurar o controle das
fontes de petróleo do Oriente Médio. É em função
dessa tarefa prioritária para o imperialismo que Israel recebe
verbas e equipamentos estadunidenses para seu formidável
exército. A presença de um quartel-general do
imperialismo em pleno Oriente Médio colabora para manter os
governos burgueses do mundo árabe prostrados.
Por
outro lado, o descontentamento das massas árabes só tem
aumentado ao longo de todas essas décadas. Os trabalhadores
não se beneficiam dos petrodólares que sustentam a
opulência dos xeques árabes, todos corruptos e
tirânicos. Na falta de uma direção política
conseqüente que organize os trabalhadores contra o regime
burguês servil desses países, cresce a influência
das correntes fundamentalistas islâmicas. Neste momento,
correntes fundamentalistas como Hamas e Hizbolá são as
únicas que pegam em armas em defesa do povo palestino. Em que
pesem os problemas políticos das correntes fundamentalistas, é
preciso defender sua luta e expor corretamente a história do
enfrentamento do povo palestino contra Israel.
A
solução para o drama dos palestinos não está
na eleição de um novo governante estadunidense, ou nos
foguetes do Hamas, mas na auto-organização das massas,
em torno de um programa socialista. Trata-se de um programa que
precisa ser levantado pelo conjunto dos povos do Oriente Médio,
contra seus dirigentes burgueses e pró-imperialistas e em
defesa dos interesses da classe trabalhadora.
Daniel M.
Delfino
Fevereiro 2009
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