5.11.15

Je suis


Je suis Baga
Je suis Ayotzinapa e Tlatelolco
Je suis Ferguson
Je suis Ghetto de Gaza
Je suis Ghetto de Varsóvia
Je suis Sabra e Chatila
Je suis Guernica
Je suis Hiroshima e Nagasaki
Je suis Ruanda
Je suis Soweto
Je suis Biafra
Je suis Malês e Cabanos
Je suis Tupac Katari
Je suis Maori
Je suis Spartacus
Je suis Jaqueries e barricadas
Je suis Sans Cullotes e Comunardes
Je suis Little Big Horn
Je suis Mi Lay
Je suis India
Je suis China
Je suis Canudos
Je suis Contestado
Je suis Palmares
Je suis Corumbiara
Je suis Eldorado dos Carajas
Je suis Candelária
Je suis Araguaia
Je suis Che Guevara
Je suis Sacco e Vanzeti
Je suis Villa e Zapata
Je suis Rosa Luxemburgo e Olga
Je suis Malcolm X e Mumia Abu Jamal
Je suis Marighela e Lamarca
Je suis Herzog e Zuzu Angel
Je suis Amarildo e Claudia
Je ne suis pas nenhum dos humoristas do Charlie Hebdo e de nenhum outro meio de comunicação, stand ups e outros, que querem fazer rir às custas da humilhação dos explorados e que espalham o racismo, o machismo e a LGBTfobia.
Je ne suis pas nenhum dos hipócritas e oportunistas que se aproveitam da confusão do povo para defender a islamofobia, a xenofobia, o racismo, o ódio e a divisão entre os trabalhadores do mundo por motivo de raça, religião ou gênero.
Je ne suis pas nenhum dos hipócritas que pregam a "liberdade de expressão" no país dos outros mas no seu próprio país reprimem o pensamento crítico, as manifestações e as lutas dos trabalhadores.
Je ne suis pas nenhum dos hipócritas que pregam a "guerra ao terror" como pretexto para invadir outros países e roubar o petróleo e as riquezas naturais dos povos.
Je ne suis pas nenhum dos que se dizem radicais e querem lutar contra a dominação, mas não reconhecem a organização coletiva da classe trabalhadora e partem para ações individuais e voluntaristas.
Je suis todas as vítimas de guerras, genocídios, massacres, chacinas, execuções, esquadrões da morte, provocadas pelos dominadores para manter a humanidade em estado de servidão ao capital.
Je suis todos os que lutam contra o capitalismo, suas crises e tragédias, todos os trabalhadores, empregados e desempregados, nativos e imigrantes, de todas as cores e religiões, mulheres e jovens, que estão nas greves, nas manifestações, nas ocupações, nas guerrilhas, que não se rendem e vão continuar lutando, não importa quantas "guerras ao terror" sejam inventadas pelo imperialismo.
Je suis a humanidade em luta para emergir da alienação, da exploração e da opressão em todas as suas formas.
Je suis o futuro da humanidade comunista, que um dia vai olhar para o início do seculo XXI, com suas guerras e seus políticos a serviço do capital, como uma espécie de pesadelo bárbaro e distante.

Daniel M. Delfino
Janeiro 2014


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